A Polícia Civil do Pará transferiu nesta segunda-feira (10), para Belém, o preso Douglas Wendell dos Santos, 19 anos, autor confesso do assassinato a tiros do advogado João Vieira Bezerra, ocorrido no último sábado (8), quando o advogado chegava em sua residência, na sede municipal de Novo Repartimento, sudeste paraense. Ele foi preso na noite de domingo (09), em Tucuruí (município na mesma região), em menos de 24 horas após o crime.
Douglas chegou a Belém por volta de 14h30, em um avião do Grupamento Aéreo (Graesp), sob a escolta de uma equipe de policiais civis.Ele foi levado à Delegacia-Geral, onde houve uma entrevista coletiva com o delegado-geral Alberto Teixeira, em companhia de membros da Ordem dos Advogados no Brasil Seção Pará (OAB), e dos delegados José Humberto de Melo Junior, diretor de Polícia do Interior, e Samuelson Igaki, diretor do Núcleo de Inteligência Policial (NIP).
A ação policial que resultou na prisão do acusado contou com a participação de policiais da Superintendência Regional do Lago de Tucuruí e das delegacias de Breu Branco e Novo Repartimento, além do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Tucuruí. Conforme o delegado José Humberto Junior, quando era menor de idade o acusado teve duas passagens pela polícia por lesões corporais. Na entrevista, o delegado-geral Alberto Teixeira relatou que a Polícia Civil está em processo de investigação para elucidar o crime.
Em depoimento, o acusado confessou ter atirado no advogado. Em sua versão, ele alegou que foi contratado por uma integrante de uma facção criminosa para matar o advogado, já que a vítima não teria obtido êxito na soltura de alguns membros da facção que estão na prisão. Segundo Alberto Teixeira, a Polícia Civil continua em diligência para apurar os fatos narrados pelo acusado para chegar à real motivação do crime. Além do acusado, mais três pessoas estariam envolvidas no assassinato: um executor, um mandante e um responsável por levar o dinheiro do pagamento ao acusado.
Segundo José Humberto Junior, para cometer o crime o acusado recebeu a foto da vítima e o endereço do local onde o advogado seria encontrado. “Ao chegar em casa e abrir o portão, a vítima foi alvejada com três tiros, um no rosto e dois nas costas”, contou o delegado, acrescentando que ao ser preso, em sua casa, o acusado estava com objetos pessoais da vítima e R$ 560,00 em dinheiro do pagamento recebido para executar o advogado. O valor total foi de aproximadamente R$ 2 mil.
Parceria com a OAB – Conforme o secretário-geral da OAB Pará, Eduardo Imbiriba, embora a vítima não tenha informado sobre ameaças, a Ordem sempre que é comunicada por advogados sobre algum tipo de ameaça contra eles, e de imediato comunica a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil sobre o fato. Eduardo Imbiriba disse que há muito tempo não ocorria crime contra vida de advogados no Pará. “O último caso ocorreu em 2017, que foi a morte do advogado Arnaldo Lopes”, informou.
O advogado Luiz Araújo, presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-PA, ressaltou a parceria da instituição com a Polícia Civil. Segundo ele, quando a Polícia Civil é acionada pela Ordem, independentemente da demanda, a polícia tem dado resposta efetiva. Luiz Araújo salientou que, nos dias 5 e 06 de junho, a Polícia Civil participou do I Fórum de Segurança Pública promovido pela OAB, no qual um dos temas tratados foi o “combate à corrupção”.
A temática foi debatida por mais 23 delegados, com mais de 500 agentes de segurança pública inscritos. “O resultado do evento será remetido ao Governo do Estado como proposta para novas politicas públicas”, finalizou o advogado.
Fonte: Agência Pará
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