Por 13 votos a sete, os vereadores de Marabá derrubaram, em Sessão Ordinária realizada hoje, terça-feira (28), o decreto municipal que dispunha sobre a redução do percentual do adicional de insalubridade aos servidores públicos do município de Marabá até a realização de perícia como exigência legal. Esta foi a primeira derrota incisiva em Plenário, que o prefeito Tião Miranda sofreu no atual mandato.
A maioria dos vereadores deles votou “sim” ao Projeto de Decreto Legislativo 25/2017, de autoria do vereador Ilker Moraes, que susta o decreto municipal. O texto obteve pareceres favoráveis das comissões de Finanças e Orçamento e de Administração, Serviços, Segurança Pública e Seguridade Social. Com Plenário lotado, servidores empunharam faixas e cartazes pressionando os vereadores a derrubarem o decreto municipal, que atingiu mais de 500 funcionários, a maioria prossionais da saúde e garis.
O prefeito municipal, Sebastião Miranda Filho, esteve na sessão e discursou de forma rme, mas sob vaias, deixando o local logo em seguida. Na fala, defendeu que reformas são importantes para que o País volte a crescer. Armou ter organizado as contas da Prefeitura Municipal e prometeu que no próximo dia 31 fará licitação para realização de novos laudos que denirão quem terá direito a receber retroativo do recurso de insalubridade. “Não posso dar aumento se não tenho recurso. A justiça reconheceu que precisa ter um novo laudo pericial. Temos de ter responsabilidade com os recursos públicos, tenho limite para gastar com salário, como manda a Lei de Responsabilidade Fiscal”, declarou. O autor do projeto que sustou o decreto, Ilker Moraes, armou que os servidores e a Casa de Leis aguardam desde 2017 o laudo pericial, mas não dá para esperar mais meses para que isso seja feito, enquanto os servidores deixam de receber a porcentagem. Avaliou que o Parlamento foi traído pelo Executivo naquele ano e que agora era hora de voltar a pagar o que se havia conquistado.
“O Parlamento mostra que os direitos dos trabalhadores têm de ser preservados. A discussão não termina aqui. Essa votação precisaria ter unanimidade. Voltem a pagar e que a empresa seja contratada para realizar o estudo. Sabemos que alguns vão perder um pouco, outros ganhar mais”, disse. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Raimundo Gomes Bezerra, lembrou que os servidores já possuem laudo comprobatório. “Já se passaram 28 meses, o nível fundamental, que ganha R$ 998, perdeu R$ 2.974,00 ao longo desse período, dinheiro que fez e faz falta aos trabalhadores e à família. Os vereadores estão cando ao lado do trabalhador e cobraram do prefeito a realização do novo laudo. Queremos pedir que devolvam os nossos 10% por direito”
Dentre os sete vereadores que votaram contra a derrubada do decreto, Miguel Gomes Filho, o Miguelito, armou que não há garantia do retorno imediato do pagamento dos 10% retirados porque o caso está judicializado, acrescentando que a proposta deveria ter sido votada dois anos atrás.
“Não podemos acabar com as conversações. Isto é Parlamento, temos de acompanhar o diálogo. O prefeito teve coragem de vir aqui no dia de hoje. Não podemos deixar o canal de diálogo fechado. Estou certo de que esse decreto vai cair, mas mão será por unanimidade. Os salários da Prefeitura de Marabá estão achatados. Alguém tem de dizer isso aqui e para o prefeito. Alguém tem de chamar o gestor para conversar com as categorias. Quero dar um voto de conança ao cara que admiro muito, que é Tião Miranda. E cabe isso a todos nós”, armou. O líder do governo na Câmara Municipal, vereador Tiago Koch, preferiu não se manifestar.
Veja como votaram os vereadores:
SIM: Nonato, Edinaldo, Cabo Rodrigo, Márcio do São Félix, Gílson Dias, Morivaldo, Marcelo Alves, Pastor Ronisteu, Priscila Veloso, Irismar, Cristina Mutran, Ilker Moraes e Ray Athie.
NÃO: Tiago Koch, Miguelito, Beto Miranda, Badeco do Gerson, Frank Varão, Mariozan Quintão e Alecio Stringari.
Fonte: Correio de Carajás / Luciana Marschall
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